Quando paro, pensando na morte da bezerra, coisa que faço sempre, as pessoas me dizem que eu estava viajando, talvez por que é um momento de total desligamento de nosso dia a dia.
De quem somos.
De onde estamos.
De nossos trabalhos.
Nossas famílias.
Nossa rotina.
O mais importante é que esse momento representa um período de autoconhecimento, de reflexão, ou seja lá como cada um gosta de chamar.
Um breve período de pensamento pode mudar nossas concepções, nossos objetivos e mudar um pouco de cada vez quem somos, que é o que invariavelmente acontece a cada viagem que fazemos. Nós partirmos com a certeza de que não voltaremos exatamente iguais ao que éramos.
Viajar é uma ponte entre nós e nós mesmos.
Viajar é ter, viver e sentir ao mesmo tempo, novas experiências, um novo clima e até mesmo o ar, que em cada lugar é diferente.
Viajar é conhecer e aprender, assim como quem vai a uma sala de aula pela primeira vez ou abre um livro sem querer parar de ler e perde a noção do tempo.
Viajar é montar sua rede social com o mundo, conhecer ali e aqui, para manter ou não, viver uma experiência única por dia, ou fazer de uma vida toda uma experiência.
Viajar é uma estrada sabendo o ponto final e o de partida, mas sem saber realmente quem e como chegará no fim do último dia.
Viajar é viver com emoção, seja do perrengue, seja da festa, seja de uma trilha, de um pôr do sol mais bonito que o de ontem, pois o presente é sempre o melhor que nos pode acontecer.
Viajar é acima de tudo abrir o coração para o incerto, inesperado, incomum e o inimaginável. É voltar a ser criança, brincando com água, correndo pra lá e pra cá, dando estrelinhas pela areia da praia e é, principalmente, não precisar de grandes coisas para sorrir e ser feliz.
Sem nem precisar saber onde buscar essa experiência, por que o local não importa tanto nessa hora. Não importa tanto quanto a energia que corpo, mente e alma encontram de uma vez só.
Principalmente por que viajar é passar por uma ponte, onde vive-se diferente, com respiração ofegante, batimento acelerado, com cabeça e coração inspirados para do outro lado encontrar o novo eu, que pode até ser igual de corpo, mas nunca de alma, pois vai sentir e pensar de um modo totalmente novo.