Reflexões Mochileiras – Como tudo começou

Olá pessoal, sou a Juliana Neri e fui convidada pelos meus amigos aqui do Tripness a colaborar com alguns textos e reflexões. Depois de pensar em inúmeros temas, creio que não poderia começar minha colaboração aqui de outra forma. Explicarei em poucas palavras, o motivo de ter me tornado uma viajante.

Problemas cotidianos, trabalho, estudos, família, amigos, rotina. Rotina essa que jogou uma pá de terra em cima de quem fui um dia, me fez guardar muito atributos pessoais interessantes dentro de uma gaveta e esquecê-los por lá.

Se tem algo que sempre fui desde criança é destemida. Subia em árvore, levantava a mão pra responder pergunta de chamada oral, escrevia redações e poemas como ninguém, praticava qualquer tipo de esporte, amava os animais e a natureza. Não existia a frase “não sei” em minha vida, apenas “posso aprender agora”. Não tinha essa de “não vou fazer porque estou com medo”. Era só “vou com medo mesmo”. Mas o tempo e outras variantes já listadas neste texto, me fizeram ir esquecendo e perdendo tudo isso. Nunca fui uma pessoa ruim, mas sabia no fundo que tinha algo a ser resgatado aqui dentro.

Faculdade, curso no exterior, MBA, emprego bom, amigos, família. Objetos de valor, roupas, sapatos, maquiagem, glamour. Tinha tudo que alguém poderia querer. Em partes. Não estava feliz com isso. Não era eu ali. Precisava me encontrar, voltar para minha essência. Mas como resgatar algo tão distante com tantas influências ao meu redor? Sentia que não era forte o suficiente.

Durante uma de minhas crises existenciais, decidi assistir um filme aleatório para aliviar a mente. Escolhi um filme chamado “Into the Wild”. E foi aí que transformação começou. Esse filme me tocou de tal forma que passei quase duas horas chorando, me desintoxicando de todas aquelas coisas que sufocavam meu real espírito, que não permitiam que aquela mulher aventureira voltasse. Me senti mais forte e resolvi fazer uma viagem para pensar na vida. Destino: cidades da Estrada Real em Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Fui de coração e mente abertos. Eu e minha mochila. Conheci pessoas e lugares incríveis, me senti parte daquilo tudo. Encontrei meu lugar no mundo. A estrada tem o poder de curar qualquer ferida.

Voltei outra pessoa, aliás, voltei a ser quem eu era. Doei metade do meu armário, meus sapatos, cortei meu cabelo e deixei de alisa-los. Não queria mais nada artificial em mim, queria ser natural por completo. Aprendi a me amar novamente. Também fiz uma tatuagem, com uma frase que o Alex Supertramp – protagonista do filme Into The Wild – diz quando chega no local onde queria chegar: I now walk into the wild. Hoje sou corajosa suficiente para dizer que ando por qualquer lugar do mundo, sei exatamente o que me faz bem e o que devo evitar. Hoje me conheço melhor e sei que esse processo vai durar a vida inteira. Hoje eu sei do que sou feita.

Parque das Andorinhas - Ouro Preto - MG

Viajo para entender a minha própria existência no mundo, para aprender mais sobre tudo e todos. É na estrada que meu coração está, é lá que me sinto livre.

Resumo: Me perdi para me encontrar.

Vejo vocês na estrada.

Grande abraço!

Sobre Juliana Neri

Sou completamente apaixonada por viajar. Amo conhecer lugares, pessoas e culturas. Conhecimento pra mim é chave de qualquer mudança, seja ela interna ou na vida de outras pessoas. Sou uma eterna contadora de histórias, que gosta muito de conversar sobre a vida, escrever e fotografar nas horas vagas. Vejo vocês por aí!

Comentário

  1. Colocar uma mochila nas costas e sair por aí conhecendo lugares, pessoas, nem que seja em uma cidade ali do lado é a melhor forma de se sentir liberta, de se conhecer 😉 Adorei o texto e a sua história é incrivel. Muito mais viagens em seu passaporte 🙂

    purpurinanasvaidosas.blogspot.com.br

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