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É seguro viajar com os recentes casos de Febre Maculosa?

Com o aumento dos casos de Febre Maculosa em algumas regiões, muitas pessoas têm questionado a segurança de realizar viagens para áreas afetadas. A Febre Maculosa Brasileira é uma doença transmitida por carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia, e pode causar complicações graves se não for tratada adequadamente.

Neste artigo, vamos explorar a questão da segurança em relação às viagens, fornecendo informações sobre os riscos associados à doença, medidas de prevenção e precauções a serem tomadas para minimizar as chances de infecção durante suas aventuras. Através da compreensão dos fatores envolvidos e do conhecimento adequado, é possível tomar decisões informadas sobre suas viagens, mantendo-se seguro e desfrutando de sua experiência ao máximo.

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O que é a Febre Maculosa?

“A Rickettsia é o agente etiológico responsável por essa enfermidade. Assim como em qualquer outra condição bacteriana, o tratamento é baseado no uso de antibióticos e medidas de suporte clínico, de acordo com a gravidade do quadro do paciente, podendo ser necessária hidratação e administração de medicamentos para aliviar os sintomas”, explica Luiz Alves da Silva Neto, especialista em doenças infecciosas na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Trata-se de uma doença rara, com a ocorrência de 62% dos casos no sudeste do Brasil. No ano de 2022, o Ministério da Saúde registrou 190 casos no país, sendo 25% deles em São Paulo. Adicionalmente, a febre maculosa brasileira é classificada como uma zoonose, ou seja, uma doença transmitida de animais para humanos.

A infecção pode ocorrer por meio do contato direto com animais infectados ou indireto, através de vetores como carrapatos, mosquitos e outros. No caso específico dessa doença, a transmissão ocorre por meio do contato indireto com carrapatos. Isso significa que as capivaras ou outros animais infectados não podem transmitir diretamente a febre maculosa. Os principais sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas e vômitos. Em casos mais graves, podem ocorrer sangramentos. É importante observar atentamente os animais de estimação em áreas rurais, pois eles podem se tornar hospedeiros da bactéria causadora dessa condição se não receberem os devidos cuidados de higiene durante viagens ou se residirem em regiões florestais.

Afinal, a fêmea do carrapato-estrela, a espécie responsável pela transmissão da doença, pode gerar aproximadamente 16 mil larvas e, se estiver infectada com a Rickettsia, irá transmitir a bactéria para todas elas. Ademais, os cães, em particular, geralmente não manifestam sintomas da febre maculosa.

Como prevenir a infecção

Conforme explicado pelo Dr. Luiz Alves, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, é difícil determinar a probabilidade de infecção após a picada de um carrapato, pois o animal precisa estar contaminado com a bactéria e o parasitismo precisa ser prolongado para que a transmissão ocorra.

O especialista ressalta que a picada do carrapato não é uma simples picada, pois é necessário um período de alimentação de pelo menos 4 horas para que a bactéria seja transmitida ao organismo humano.

Embora não exista vacina contra a febre maculosa, existem medidas comportamentais que podem prevenir a doença:

  1. Evite frequentar locais com alta transmissão da doença.
  2. Ao visitar regiões de mata, utilize roupas longas, de preferência claras, pois isso facilita a identificação da presença de carrapatos.
  3. Utilize repelentes.

Segundo o Ministério da Saúde, a doença tende a ser mais comum entre os meses de junho e novembro, período em que predominam as formas jovens do carrapato estrela, conhecidas como micuins.

O infectologista enfatiza a importância de ficar atento aos sintomas, pois eles podem ser semelhantes aos de outras infecções e requerem atendimento médico imediato para curar a doença e evitar complicações graves.

É seguro viajar?

É válido destacar que a febre maculosa não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa e, como mencionado anteriormente, a capivara e outros animais infectados não são capazes de transmitir a doença diretamente para os seres humanos. A transmissão ocorre especificamente por meio da picada do carrapato infectado.

Portanto, prevenir a infecção da febre maculosa envolve medidas de proteção contra carrapatos, como evitar áreas infestadas por esses parasitas, usar roupas adequadas para evitar a fixação de carrapatos na pele, aplicar repelentes de insetos, verificar o corpo em busca de carrapatos após estar em áreas propensas à infestação, e adotar medidas de controle de carrapatos em ambientes rurais ou de mata, como cortar a grama rente ao solo.

Sobre Nilo Luz

Freelancer na área de marketing digital e apaixonado por viajar pelo Brasil e pelo mundo. Entusiasta em nomadismo digital, já morei na Austrália e conheci um canguru, já dei banho nos elefantes resgatados de maus tratos na Taiândia, comi massa e pizza na Itália e bebi vinho do porto em Portugal entre outras coisas durante minhas viagens, mas a mais importante é conhecer um pouco da cultura de cada local e outros viajantes, e aprender no processo.

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